Estudantes do Ifap produzem biojoias reaproveitando ossos de peixes
Reaproveitar ossos de peixes descartados em feiras livres para a produção de biojoias, porta-canetas e copos cerâmicos é o que propõe o projeto “Ifish”, composto pelas alunas do curso técnico de Mineração Beatriz Melo, Luany Beatriz Amanajás, Anna Maria Vilhena e Carine Correia e coordenado pela professora do campus Macapá do Instituto Federal do Amapá (ifap), Lídia Dely Alves. A equipe foi selecionada para apresentar o trabalho no 12º Congresso Norte-Nordeste de Pesquisa e Inovação (Connepi), que acontece de 27 a 30 deste mês na cidade de Recife, em Pernambuco. Confira mais fotos aqui.
Para a produção dos produtos sustentáveis, os ossos de peixes são colocados em alta temperatura para que ocorra a sua calcinação e, assim, seja extraído a hidroxiapatita, substância que será adicionada à argila e ao caulim para ser incorporado a massa cerâmica (barbotina). “A hidroxiapatita pode ser utilizada em diversas áreas como biomateriais, indústria química e agrícola e esta substância é fundamental para a formação nosso composto cerâmico”, frisou a coordenadora do projeto Lídia Dely Alves.
Após a produção da barbotina, a equipe confecciona moldes de gesso para fazer a colagem da massa cerâmica. Com os objetos prontos, as estudantes dão cor, desenho e brilho as peças produzidas. "Apesar de não ser a minha área profissional, atuo como colaboradora desse projeto porque pra mim se tornou uma terapia produzir esse material”, disse a professora de Espanhol do campus Macapá, Thaynam Maia.
A estudante Beatriz Melo ressalta que além do forte poder comercial das peças o meio ambiente deixa de sofrer tantos danos ambientais. “Os resíduos de peixes rejeitados em feiras podem se tornar um passivo ambiental ao serem descartados de maneira incorreta. O chorume é resultado do apodrecimento desse resíduo que pode poluir rios e lagos. Nosso projeto reutiliza o que seria descartado, reduzindo o impacto no meio ambiente em Macapá e ainda podendo gerar renda”, afirmou.
Fomentar o comércio e habilitar artesões e interessados na área é o que a equipe pretende colocar em prática. “Queremos capacitar os interessados em trabalhar neste campo e, por isso, o próximo passo será oferecer cursos de extensão abertos a comunidade em geral”, informou a coordenadora. “Em resumo, o projeto trabalha o lado sustentável, a partir do reaproveitamento de ossos de peixe; o lado social, a partir da capacitação da comunidade externa; e também o lado econômico pois possibilita que interessados possam ganhar dinheiro com o que for produzido”, concluiu.
XII Connepi
Além da apresentação do trabalho no formato de banner, a equipe também participa do Desafio de Ideias do XII Connepi, que promove a capacitação de alunos que desejam seguir uma carreira voltada ao empreendedorismo. Durante os quatro dias do evento, os estudantes, agrupados por equipes, terão a assessoria de especialistas de diversas áreas do conhecimento para acelerar o amadurecimento de suas ideias inovadoras. Os futuros empreendedores têm contato com potenciais investidores que podem se interessar por suas ideias.
Por Jacyara Araújo, jornalista do campus Macapá
Seção de Gerenciamento da Comunicação Social do campus Macapá
Instituto Federal do Amapá (Ifap)
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