Técnico em Cerâmica: o mercado promissor para profissionais no Amapá

Ifap é a única instituição de ensino a ofertar o curso técnico em Cerâmica no estado

A escassez de profissionais capacitados para o setor cerâmico ainda é uma problemática no Amapá. Devido à falta de conhecimento e de suporte tecnológico, a produção cerâmica do estado não consegue atender o mercado local nem desenvolver a produção de outros tipos de materiais cerâmicos. Com o objetivo de suprir essa necessidade de formar profissionais para o mercado de trabalho, o Instituto Federal do Amapá (Ifap), através do Processo Seletivo Subsequente 2019.2, oferta 40 vagas para o curso Técnico em Cerâmica. A taxa de inscrição é de R$ 10 e os interessados devem se inscrever de 15 de maio a 6 de junho pelo site http://processoseletivo.ifap.edu.br/. Para ler o edital, clique aqui.

A maior concentração das fábricas de cerâmica estão situadas nas cidades de Macapá e Santana, com aproximadamente 28 fábricas que produzem basicamente tijolos e telhas. “Além da cerâmica vermelha, que é a produção de telhas e tijolos, a habilitação técnica garante o desenvolvimento de inúmeros produtos cerâmicos que ainda são pouco desenvolvidos no estado, como a cerâmica branca (pisos e azulejos), cerâmica avançada (produtos de alta resistência para carros e máquinas) e a cerâmica artística (louças, vasos e diversos objetos utilitários e de ornamentação)”, disse o professor Sandro Balieiro.

Além da possibilidade de trabalhar em fábricas, tanto no desenvolvimento de materiais quanto na produção do produto, o futuro técnico em cerâmica também pode migrar para um caminho mais empreendedor. “A cerâmica artística é um exemplo para que se trabalhe o empreendedorismo local, podendo o técnico ser microempresário ao desenvolver suas próprias peças e comercializá-las”, concluiu Balieiro.

Projeto Ifish e o empreendedorismo na área de cerâmica

Vencedor do prêmio Sebrae Educação Empreendedora na última quinta-feira (30/5), o projeto Ifish, coordenado pela professora do campus Macapá, Lídia Dely Alves, produz biojoias, porta-canetas e copos cerâmicos através do reaproveitamento de ossos de peixes descartados em feiras livres. Esse não foi o único prêmio que o projeto levou. Durante o 12º Congresso Norte-Nordeste de Pesquisa e Inovação (Connepi) – realizado de 27 a 30 de novembro de 2018, em Olinda-PE, o projeto Ifish foi campeão no Desafio de Ideias.

Para a produção dos objetos cerâmicos, os ossos de peixes são colocados em alta temperatura para que ocorra a sua calcinação e, assim, seja extraído a hidroxiapatita, substância que será adicionada à argila e ao caulim para ser incorporado à massa cerâmica (barbotina). “A hidroxiapatita pode ser utilizada em diversas áreas como biomateriais, indústria química e agrícola e esta substância é fundamental para a formação do nosso composto cerâmico”, frisou Lídia Dely Alves. Após a produção da barbotina, a equipe composta por estudantes do campus Macapá confeccionam moldes de gesso para fazer a colagem da massa cerâmica. Com os objetos prontos, as alunas dão cor, desenho e brilho às peças produzidas

Qual a área de atuação do Técnico em Cerâmica?

O técnico nesta área tem a função de planejar, coordenar e supervisionar etapas de produção de materiais cerâmicos como telhas, tijolos, tintas e vidro; operar e controlar linhas de produção; utilizar máquinas, equipamentos e instrumentos da indústria cerâmica; manipular e caracterizar matérias-primas e insumos na indústria cerâmica; desenvolver melhorias no processo produtivo; realizar ensaios físico-químicos para o controle de qualidade da matéria-prima e do produto acabado; bem como controlar estoques de produtos acabados.

O profissional poderá atuar em indústrias de revestimento, refratário, cerâmica técnica, vidro, pigmentos e tintas de uso cerâmico, mineradoras, institutos de pesquisa, cerâmica elétrica e cerâmica estrutural, louça de mesa, entre outros.

Por Jacyara Araújo, jornalista do campus Macapá
Seção de Gerenciamento da Comunicação Social do campus Macapá
Instituto Federal do Amapá (Ifap)
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