Acadêmico do Ifap tem projetos selecionados em eventos científicos

Uma trajetória acadêmica dedicada ao ensino, pesquisa e extensão levou o estudante de Licenciatura em Matemática do Campus Macapá do Instituto Federal do Amapá (Ifap) Carlos Eduardo Tolosa à aprovação de trabalhos científicos em dois importantes eventos de educação no Brasil. Ele participará do 20º Encontro Nacional de Ensino de Química (Eneq) e do VII Congresso Nacional de Educação (Conedu), com os artigos “De Michael Faraday às aldeias do Oiapoque-AP: protótipo de motor monocilindro movido a bobina solenoide contribuindo na formação de professores indígenas” e “Educação Escolar Indígena: Jogo como Metodologia de Ensino na Geometria para os Povos Indígenas do Oiapoque”, respectivamente.

Apesar de morar e estudar em Macapá, o acadêmico aceitou o convite para participar dos projetos de extensão e atividades complementares aplicados no Campus Binacional do Oiapoque da Universidade Federal do Amapá (Unifap), sob orientação dos professores Agerdânio Andrade e Maria Adriana Leite. Carlos Eduardo ministrava oficinas nos dias de sábado no município de Oiapoque.

Orientado pelos professores Agerdânio Andrade e Maria Adriana Leite da Unifap, ele desenvolveu, em janeiro e fevereiro de 2020, duas oficias de fabricação de material didático no ensino da matemática e instrumentação no ensino dos componentes curriculares de química e física. O projeto consistia em contribuir para formação de professores indígenas do Oiapoque, dando visibilidade às práticas sustentáveis do ensino. Foi durante a ministração dessas atividades que ele desenvolveu um protótipo de motor monocilindro de baixo custo, de forma voluntária, que ajudou no ensino da física e química para o uso no cotidiano, com aplicações, por exemplo, no motor caititu, que é usado para ralar mandioca para casas de farinha da região.

Esta atividade acadêmica foi transformada no artigo “De Michael Faraday às aldeias do Oiapoque-AP: protótipo de motor monocilindro movido a bobina solenoide contribuindo na formação de professores indígenas”, em que Carlos Eduardo é um dos autores junto com o acadêmico Gabriel Vasconcelos da UFPA/Breves. O trabalho foi aprovada para ser apresentado na cidade de Maceió, no 20º Eneq, um dos maiores eventos de ensino de exatas, que busca continuamente inovações e melhoria para o ensino de Química, em diferentes contextos de ensino e aprendizagem no Brasil.

A professora Adriana Leite destaca: “A região norte é marcada por múltiplas diversidades culturais que coexistem, considerando que, ao estabelecer a construção de intercâmbios na partilha de conhecimentos (matemáticos) entre essas múltiplas culturas, a região Norte tende a ganhar novos significados perante a educação matemática e a contribuir para uma melhor qualidade de vida por meio da interação entre os saberes e suas experiências. Assim, esse projeto que envolve acadêmico de matemática do Ifap/Macapá, da UFPA/Breves e Unifap/Oiapoque demostra os potenciais das exatas na região”.

O segundo trabalho, aprovado no VII Conedu, “Educação Escolar Indígena: Jogo como Metodologia de Ensino na Geometria para os Povos Indígenas do Oiapoque”, foi fruto de uma outra oficina desenvolvida por Carlos Eduardo Tolosa. Ele ministrou jogos didáticos ligados ao ensino de matemática, os quais idealizam o processo de instrumentação, elaboração, metodologia e aplicação/fabricação de material didático. O trabalho também foi selecionado para apresentação oral, a qual será transmitida pelo canal oficial do evento para todo o Brasil.

“O peso e criteriosidade científica desse evento ressaltam a potência formadora do Ifap. Essa aprovação vai para além dos méritos individuas, é uma consolidação para o curso de Matemática, do Instituto e da comunidade que tem participado das oficinas pedagógicas, tornando o Ifap mais próximo da comunidade”, disse os orientadores, professora Maria Adriana Leite e Agerdânio Andrade.

“É um momento ímpar para qualquer acadêmico, além de ser muito gratificante”, disse Tolosa, após saber que os trabalhos tinham sido aprovados nos eventos. Não é de hoje que o acadêmico se dedica à pesquisa e à extensão. Desde 2016, ele tem participado de projetos ligados ao ensino de matemática, metodologias e produção de material didático de baixo custo. O acadêmico já participou, em colaboração com o Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Específicas (Napne) do Campus Macapá, junto a alunos surdos auxiliando a aprovação destes nas matrizes de exatas.

Em 2018 foi aprovado no Pibid do Ifap e também desenvolveu o projeto orientado pelo professor Ronaldo Leite “Usando o Fogão Solar na Construção de Placa Telha de Plástico Reciclado e Caroço de Açaí”, com o objetivo de desenvolver um fogão de baixo custo e fabricação de telhas ecologicamente corretas, com grau de eficiência alta. O projeto possibilitou, ainda, o uso de tecnologias para o ensino da matemática e física para alunos das escolas de Macapá e oficinas de fabricação do fogão solar de baixo custo para comunidades quilombolas do Curiaú e povos tradicionais do Oiapoque. No entanto, a execução das atividades foram suspensas devido à pandemia do novo coronavírus.

Por Jacyara Araújo, jornalista do campus Macapá

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